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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Produção de texto na escola e na vida

Confirmando boa parte do que discutimos neste blog e em sala de aula, esse vídeo do professor William R CerejaDoutorado em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem, da divulgação de seu livro didático para Atual Editora, é bem elucidativo.

Fala de forma simples e clara o quê e como deveria ser a produção de texto na escola: interligada à vida. Não uma produção vazia e num amontoado de frases sem sentido, onde o aluno mostraria que sabe escrever. Mas de uma forma aplicada, coerente, material.

Se é necessário escrever cartas, façamos um projeto e direcionemos essas cartas à Direção da escola, a outra turma. Abaixo assinado? vamos, aprendendo a escrever um abaixo assinado, pedir a Associação de Bairros que providencie um quebra molas na porta da escola. E assim por diante.

Aplicando a produção de texto com a realidade do aluno teremos com certeza um cidadão preparado para a sociedade, além, é óbvio, de um bom escritor.


domingo, 12 de junho de 2011

As muitas leituras....

Na apresentação deste blog em sala de aula, justificava a escolha de nossa imagem à professora, dizendo que apesar das várias hipóteses formuladas jamais poderíamos afirmar com certeza o que ocorrera levando o artista Pré-Histórico  a registrar seu cotidiano.
Amante da leitura e tendo em casa vários exemplares, diversos títulos e tipos de textos, achei essa estória do Maurício de Souza, publicada no número 11 do "Almanaque da Turma da Mônica" de Setembro de 2008,  que ilustra bem isso.
Narra a interpretação do personagem de algumas pinturas pré-históricas. É uma história hipotética, como no próprio decorrer é apontado (..."homem e tiranossauro não viveram na mesma época...") mas ilustra o que mencionei.


(caso tenha dificuldade em visualizar, clique na imagem para  amplia-la)



Então, serve-nos de exemplo para nossas salas de aula: a interpretação das imagens pelos alunos, sejam crianças ou não, nem sempre será a mesma que a nossa. Ou mesmo, a esperada.
Ao professor cabe a delicadeza de ler nas entrelinhas do texto as possíveis interpretações e estar aberto a outras. Pois como nos diz Paulo Freire 
"Ninguém educa ninguém,
 ninguém educa a si mesmo,
 os homens se educam entre si, 
mediatizados pelo mundo."




sexta-feira, 3 de junho de 2011

Produção de texto

Produção de Texto



Sabemos que expressar verbalmente através de produções textuais é uma das dificuldades que acomete a maioria dos estudantes, diante dessa realidade, vamos tentar entender porque muito aluno vê a produção textual como um obstáculo na sua vida escolar.
O conhecimento do sistema alfabético não é um pré-requisito para a elaboração de um texto. Definir o conteúdo que será escrito, adequá-lo a um propósito comunicativo e organizar as ideias são comportamentos escritores que não dependem da representação gráfica das palavras e que as crianças devem praticar desde a pré-escola. Uma das maneiras de trabalhar esses conteúdos é o ditado que os alunos fazem para o professor, o que torna possível às crianças se perceberem capazes de escrever antes de estar alfabetizadas.
  Todo mundo já ouviu a noção de que, para escrever bem, é preciso ler bem. À primeira vista, parece um princípio básico e indiscutível do ensino da Língua Portuguesa. Tanto que a opção de nove entre dez professores tem sido propor aos alunos a tarefa. Ler muito, ler de tudo, na esperança de que os textos automaticamente melhorem de qualidade. E, muitas vezes, a garotada de fato devora página atrás de página, mas a tal evolução simplesmente não aparece. Por que será?
Antes de tudo, ninguém aqui vai defender que não se deva dar livros às crianças. A leitura diária é, sim, uma necessidade para o letramento. Mas ler para escrever bem exige outra pergunta: de qual leitura estamos falando? Para fazer avançar a escrita, a prática não pode ser um ato descompromissado, sem foco. Pelo contrário: exige intenção e um encadeamento bem definido de atividades, que tenham como principal objetivo mostrar como redigir textos específicos. 

"A leitura para escrever é um momento especial, que coloca os estudantes numa posição de leitor diferente da que usualmente ocupam. Afinal, a tarefa deles será encontrar aspectos do texto que auxiliem a resolver seus próprios problemas de escrita".
Cada tipo de texto tem uma forma específica de dizer determinadas coisas. "Era uma vez", por exemplo, é certamente a forma mais tradicional de dar início a um conto de fadas (note que ela não seria adequada para uma composição informativa ou instrucional). Além de colaborar para que a turma identifique essas construções, a leitura de contos clássicos pode municiá-la de alternativas para fugir do lugar-comum. O Príncipe-Rã ou Henrique de Ferro, na versão dos Irmãos Grimm, começa assim: "Num tempo que já se foi, quando ainda aconteciam encantamentos, viveu um rei que tinha uma porção de filhas, todas lindas”. Trazendo elementos importantes para a compreensão da trama, a explicitação de intenções e estados mentais ajuda a construir as imagens de cada um dos personagens, aproximando-os ou afastando-os do leitor. Em O Soldadinho de Chumbo, Hans Christian Andersen desvela em poucas linhas os traços da personalidade tímida, amorosa e respeitosa do protagonista: 
"O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais apaixonado: ela olhou para ele, mas não trocaram palavra alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se feliz apenas por estar novamente perto dela e poder contemplá-la".
É possível controlar a velocidade da história usando expressões que indiquem a intensidade da passagem do tempo ("vagarosamente", "após longa espera", "de repente", "num estalo" etc.). Outros recursos mais sofisticados são recorrer a flashbacks ou divagações dos personagens (para retardar a história) ou enfileirar uma ação atrás da outra (para acelerar). Charles Perrault combina construções temporais e encadeamento de fatos para gerar um clima agitado e tenso neste trecho de Chapeuzinho Vermelho: "O lobo lançou-se sobre a boa mulher e a devorou num segundo, pois fazia mais de três dias que não comia. Em seguida, fechou a porta e se deitou na cama".

Portanto, apesar de não saber produzir textos de vários gêneros e nem ter a leitura como prática cotidiana é possível ensinar aos alunos a escrever bons textos.
Revisar o próprio texto é parte fundamental do processo de escrita. estimular esse hábito e garantir os instrumentos necessários para que cada um assuma a responsabilidade pela tarefa. O segredo é ensinar algumas operações básicas de revisão, como cortar palavras ou trechos excessivos, substituir expressões vagas ou inadequadas, acrescentar elementos para tornar pensamentos mais claros, inverter termos ou sequências para conferir maior expressividade ou organizar mais claramente as ideias.
A produção de texto deve ser inserida desde os primeiros anos da vida escolar da criança, para que essa atividade contemple o domínio das características formais da escrita nos diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade. Será necessário trabalhar com textos que tenham alguma função social de uso e sentido ás praticas da escrita na sala de aula, essas são algumas das ferramentas que o professor deve utilizar para quebrar as barreiras que os alunos encontram na hora de produzir um texto.










Bibliografia:

·        Teberosky, Ana. Aprendendo a Escrever.
·        Batista, Antônio Augusto Gomes. Planejamento da Alfabetização: Capacidades e atividades. Antônio Augusto Batista Gomes, ET al. Belo Horizonte: Ceale, 2006. (Coleção Instrumentos da Alfabetização; 6).




Escrito por Jenail Luciana