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terça-feira, 21 de junho de 2011

Algumas conclusões...

COESÃO E COERÊNCIA
 Por Jenail Luciana


              Muitos estudantes se atormentam com a coesão e a coerência. Mas, para ser mais preciso é necessário defini-las, pois ajudaria na compreensão dos discentes para elaborar um bom texto. Quando se fala de texto, fala-se de unidade a qual tem relação com coerência e coesão.
             Uma definição de coerência seria unidade de sentido; e coesão, "amarrar" as idéias. Já que a primeira depende da ordenação das idéias; ou seja, do plano do texto e o tema proposto; também dos argumentos, é dizer, da clareza. Clareza consiste em ler o texto, e compreender como está organizada a produção escrita. Quando ele vai redigir, deve planejar as idéias e a intenção comunicativa; portanto, ser claro é como  ver os peixes no fundo do mar.

              Então, ser claro é ser coerente com a ordem das palavras e vocábulos, e dizer, não se contradizer, não confundir o leitor; ou seja, não pôr enunciados desconexos. Então, para escrever sobre coerência, o discente deve estar atento que não haja duas  interpretações, se as informações não harmonizam umas com as outras, o texto é incoerente.
              Quando não se organizam as ideias e as palavras adequadas para o texto, ele fica confusa. Para o texto ser coerente, é necessário que haja uma ligação significativa entre diversas partes; portanto, tudo tem que se escrever logicamente. Então, as classes de palavras, como os substantivos e os verbos devem unidos não apenas para somar ideias, mas também para ter base para que haja sentido no texto.
                 A segunda explicação é sobre coesão. Mas, como "amarrar" as idéias no texto, através das ligações entre frases e parágrafos? Segundo Garcez (2001, p, 115), "quando os mecanismos de coesão textual não são bem utilizados, seja dentro do período, seja entre os períodos ou parágrafos, o texto se prejudica". Esses tecidos ajudam a ter relação na hora de dar significado ao ato de escrever. É complicado relacionar todos os problemas de coesão. Agora, para entender a coesão em profundidade:  
                 A coesão, no entanto, não é só esse processo de olhar constantemente para trás. É também o de olhar para adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte. Se minha frase inicial for: João tinha um grande desejo, estou criando um movimento para adiante. Só vamos saber de que desejo se trata na próxima frase: Ele queria ser médico. O importante é cada enunciado estabelecer relações estreitas com os outros a fim de tornar sólida a estrutura do texto. Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Além da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente.
                  Ou seja,  para fazer qualquer texto, deve-se estar atento à coesão e à coerência. A turma tem que saber como ligar a frase seguinte à anterior, ou seja, não perder o fio do pensamento; e ainda, na frase não ter duplo sentido; para não ter incoerência.
                   O texto também deve possuir uma propriedade básica que é constituir uma unidade semântica. A ocorrência lingüística, para ser texto, tem que ser recebida pelo receptor como um todo significativo. A coerência é o responsável pelo sentido do texto, seus constituintes lingüísticos devem estar integrados e que faça o texto se mostre coeso.
Como podemos perceber, a coesão e a coerência devem estar presentes no corpo todo do texto, para que ele faça sentido, estabeleça relações entre as idéias que o escritor quer passar e seja compreendido pelo leitor. A falta de um desses elementos faz com que o texto perca o sentido e se apresente de forma contraditória. Causado pela incoerência do uso dos elementos de coesão textual.

Referências Bibliográficas:
Site: www.mailxmail.com (acesso dia 17/06/2011)
  • Costa Val, Maria da Graças. Redação e Textualidade/ Maria da Graças Val.- São Paulo: Martins Fontes,1994.- (texto e linguagem).

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A busca de coesão e coerência na escrita infantil.


O presente artigo tem por objetivo apresentar a analise feita por Mary Kato sobre as redações produzidas por uma criança durante as quatros primeiras series do primeiro grau, determinado as estratégias que ela utiliza para alcançar a coesão e a coerência.
Tem por objetivo mostrar também o papel que a escola e a família desempenharam neste momento.

A autora toma como ponto de partida, a ênfase do desenvolvimento da capacidade redicional da criança onde se foca o tipo de discurso, objetivos comunicacionais, e a maturidade sintática das construções usadas no texto.
A autora busca trabalhar com a hipótese de que desde o inicio a criança tem a concepção de que o texto é uma unidade formal e conceitual, ou seja, que a criança sabe escrever frase mas não tem ainda a concepção do que seja um texto.
Um dos problemas que afeta muitas das crianças é que a  medida em que aumenta a quantidade do que ela quer dizer no texto, ela precisa encontrar estratégias de segmentação do texto em unidades menores, sem romper a coesão ou a coerência.
Essa necessidade se impõe apenas pela impossibilidade de dizer tudo em um período ou em um parágrafo, mas sim pelo fato da segmentação bem executada atender a demanda do leitor.
Kato ressalta que  a habilidade para efetuar uma segmentação que aptimize a legibilidade do texto produzido é fundamental em um bom escritor. Um exemplo clássico que podemos usar é a comparação entre um cineasta e um escritor. O cineasta utiliza os cortes em ações continuas qualificando o trabalho para o espectador; do mesmo modo o escritor tem então a tarefa  de facilitar a compreensão do leitor, usando de estratégias claras como os cortes, as correções.
A falta de tal habilidade é vista ate mesmo em pessoas que acreditamos dominar a escrita:
 “ ... Acresça-se ai a inconsciência do escritor, principalmente principiante, para o requisito da cooperação exigido pelo processo da produção, isto é, para o fato de que o leitor precisa  ser levado em consideração na medida em que ele é um dos participantes do triangulo comunicacional, e entenderemos melhor porque a produção, mormente a escrita, que não conta com “feed back”imediato é, em geral, tão precária nos nossos alunos.”
   
Trecho de um texto de um  pós – graduado

Aplicação:

O sujeito que Mary Kato teve-se a pesquisar é Suzana; criança de classe media, que sempre foi motivada pelos pais e irmãos a ler e escrever. Freqüentou o 1º ano em escola particular em São Paulo, tendo sido alfabetizada na pré - escola.
Em sua primeira redação, nota-se o domínio da parte ortográfica, mas não da parte referente a pontuação.

Buscando a coesão textual :

“... Era uma vez um zoológico cheio de bichos leopardos macaco leão passarinho águia jacaré muitos bichos então lá entrou um ladrão e soltou todos os bichos e daí o bichos riram todos então começou a briga entre os bichos e daí o ladrão tentou entrar na casa não deu porque a bicharada ia indo para o lado dele então o ladrão quis bancar o forte e se intrometeu na briga de repente NHAC NHAC o ladrão saio correndo se arrependeu coitado...”.         

Este é o primeiro texto analisado, nota-se que o mesmo se apresenta com uma unidade, com letras maiúsculas no inicio e ponto final no fim. Há uma seqüência com inicio, meio e fim, e seus episódios vem ligados por conectivos que marcam a coesão.

Analise  II:
 “... O oxigênio é muito importante nem.
Os bichos e as pessoas e as plantas e os peixes.
Ninguém pode viver sem o oxigênio.
.o nitrogênio é um gás diferente do que é.
.as outras o nitrogênio é um gás que.
Não queima não tem cor não é tão importante. ...”

Podemos perceber que neste caso, Suzana apresentou pontuação em determinados lugares do texto (“ possivelmente por instrução da professora sobre a necessidade de se pontuar”.). Um fator interessante é que Suzana coloca ponto final em cada fim de linha, tal estratégia, associamos ao treinamento do pré-escolar de se escrever sempre frases pequenas.

Ainda na primeira serie Suzana apresenta ponto em codificação; ao usar exclamação, interrogação e ponto final.

Analise III :
 “... Eu já fui no play centere fiquei louca. Imagine no minhocão!”
“... A Bola falou manhe e a mãe falou quié Bola e a Bola falou posso ir fazer compras?”
Somente no final da 3º serie, Suzana foi mostrar um certo discurso direto e indireto e suas convenções de pontuação.
Conclui-se que no final da 1º serie Suzana parece ter aprendido, através de textos descritivos e da interação escolar que novos períodos no texto podem ser iniciados com os mesmos tópicos e sem conectivos. As repetições são substituídas por pronomes , e estes  por sintagmas normais plenos (– o papagaio que canta e fala – o papagaio cantor e  falante.), tentou fazer textos menos redundantes, mais compactos, enfim ela já domina os elementos fundamentais da pontuação e apresenta uma boa consciência da natureza do texto escrito.

2º serie.
A segunda serie é vista pelo autora como um período de regressão ocasionada consequentemente por uma redução quantitativas das atividades de redação.
Comparando com a primeira serie, onde os textos consistiam em uma única frase, a segunda serie, Suzana se restringe há somente um parágrafo levando a crer que essa sinalização deve ser mais salientada.
“ .. O nome do Gorila era João Camilao. Era tão engraçado. O macaco fazia inveja pro  João e o João ficou louco:
-  Venha pegar a banana, João! Ah! Ah!
- Pare! Me de esta banana! O sir Zé!
          - Ah! Ah! Então venha pegar! Ah! Ah!”...    


Na 3º serie , Suzana usa como estratégia “ Mudanças de tópicos:
“... Eu fiz uma viagem muito misteriosa.
Tudo começou quando eu estava indo para Toc – Toc.”    

Suzana passa a usar diferentes parágrafos para componentes funcionais dentro do mesmo texto.
“... Quando eu estava no meio do monte Olimpo vi Icaro caindo junto com as penas. Corri para salva-lo mas era tarde de mais. Fui direto ao monte Olimpo.
Avisei a Zeus. Vi Posseido pegando as asas. Ele me deu as assas de presente e Zeus me deu um raio para eu jogar no trazeiro de Minos.
Eu fiquei feliz. Porque Minos foi muito mal.”       


Suzana também começa  a manipular o parágrafo no momento em que as relações coesivas deixam de ser necessariamente explicitas.

Na 4º serie todas as estratégias descobertas estão sendo usadas de maneira apropriada e consiste em um processo de consolidação. Já não há mais insegurança a respeito dos laços coesivos. Há atenção grande ao registro, estilo e a comunicabilidade do texto.  
“ ... Bem, voltando ao assunto que era televisão ...”
“ ... Você sabe onde que vai dar a correnteza, né?”

 Obs: Sua escrita se mostra mais nítida e clara.   

Coerência:
 Mary Kato resalta que Suzana tentou ao maximo ter coerência, mesmo apresentando algumas falhas. Essa falha dar-se pelo seguintes motivos:
-  abstração do conteúdo em beneficio da forma.
- uso de informação extra - textual.
- uso de recurso discursivo oral.

Em meados da primeira serie, Suzana preocupava apenas com a coerência (proporcional ou global).
Na segunda serie produziu-se textos em que ela brincava com o lado formal, não respeitando a coerência, nem o nível temático. Os outros textos apresentavam coesão a nível estritamente fonológico.

“ ...A Juliana é baiana. A baiana é sigana. Juliana rima com baiana. Baiana rima com sigana. Sigana rima com banana. Tudo pronto? A Juliana mora na cabana com a baiana  ....”

Na terceira serie há textos que podem ser exemplos de rompimento de coerência: coerência entre o texto e o mundo do leitor.
“... Eu fui para ilha da fantasia.
O tatu me guiou ate o fim da ilha que eu não sabia mais voltar. Eu falei que queria ser uma pessoa saudável e inteligente e com nariz arrebitado porque o meu é batata.
Quando eu fui fazer minha lição de férias sabia tudo da lição de matemática.
Quando estava voltando ganhei um montão de colares havaianos”.
             
Em síntese notamos que no desenvolvimento da capacidade redacional de Suzana, ela foi o principal agente, mas a escola teve seu papel de interventor positivo.
As estratégias funcionais foram adquiridas naturalmente através do contato com a leitura.

Conclusão:

No Brasil, estudos direcionados á área da educação tem priorizado o insucesso da aprendizagem. O insucesso não esta correlacionado com a situação sócio - econômica, mesmo porque outros paises como EUA e a Inglaterra apresentam a mesma insatisfação.
O estudo desempenhado por Mary Kato contribuiu para compreensão de uma aprendizagem bem sucedida. Como vimos na situação de Suzana o ambiente familiar que a motivou a ler e a escrever, a escola, no papel de sempre cobrar contribuiu para seu domínio na produção de textos.
 Para que o aluno tenha domínio em produção de texto, é necessário que sejam abordados os seguintes aspectos:
 - fazer com que a redação seja uma atividade de alta freqüência;
- adotar estratégias de aliar as habilidades verbal e não – verbal (o desenho) em uma frase em que as crianças prefiram expressar-se desenhando;
-  sugerir temas de redação que estimulem a criatividade e a argumentação e deixando as crianças livres para escolher seu próprio tema, quando mostrar alguma preferência.
- intervir nos textos (o professor), possibilitando a montagem de uma estratégia.
- sugerir livros e textos de leitura para a simples diversão das crianças.
Com estes pontos proporcionamos as crianças o direito de escrever e consequentemente colher algo proveitoso.  


Escrito por Daniele Rocha Maciel


Bibliografia


 KATO, Mary A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. São Paulo: Atica