domingo, 21 de agosto de 2011

Dicas legais....


Olá amigos e amigas!


pesquisando nos sites amigos deste blog encontramos a reportagem abaixo. Caso você queira visitar o site, o endereço é www.educarparacrescer.abril.com.br e sempre encontramos artigos e dicas interessantes...



Educar


10 dicas para incentivar o seu filho a ler

Conheça atividades simples - e baratas! - que podem transformar seu filho em um pequeno grande leitor

13/04/2011 17:22
Texto Marina Azaredo
Foto: Dreamstime
Foto: Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor pelos livros
Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor pelos livros
"Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava em um outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro." O relato é de Lygia Bojunga. Quando criança, ela fazia do livro um brinquedo. Já adulta, transformou-se em uma das principais escritoras brasileiras de livros infantis. A história de Lygia ilustra e comprova a teoria de que o contato com os livros desde cedo é importante para incentivar o gosto pela literatura.


Os benefícios da leitura são amplamente conhecidos. Quem lê adquire cultura, passa a escrever melhor, tem mais senso crítico, amplia o vocabulário e tem melhor desempenho escolar, dentre muitas outras vantagens. Por isso, é importante ler e ter contato com obras literárias desde os primeiros meses de vida. Mas como fazer com que crianças em fase de alfabetização se interessem pelos livros? É verdade que, em meio a brinquedos cada vez mais lúdicos e cheios de recursos tecnológicos, essa não é uma tarefa fácil. Mas pequenas ações podem fazer a diferença.


"O comportamento da família influencia diretamente os hábitos da criança. Se os pais leem muito, a tendência natural é que a criança também adquira o gosto pelos livros", afirma Rosane Lunardelli, doutora em Estudos da Linguagem e professora Universidade Estadual de Londrina (UEL). A família tem o papel, portanto de mostrar para a criança que a leitura é uma atividade prazerosa, e não apenas uma obrigação, algo que deve ser feito porque foi pedido na escola, por exemplo. "As crianças precisam ser encantadas pela leitura", diz Lucinea Rezende, doutora em Educação e também professora da UEL.


Para seduzir pela leitura, há diversas atividades que os pais e outros familiares podem colocar em prática com a criança e, assim, fazer do ato de ler um momento divertido. No período da alfabetização - antes dela e um pouco depois também -, especialistas sugerem que se misture a leitura com brincadeira, fazendo, por exemplo, representações da história lida, incentivando a criança a criar os próprios livros e pedindo que a criança ilustre uma história. "Para encantar as crianças pequenas, é essencial brincar com o livro", recomenda Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Maria Afonsina também dá uma dica: nunca reclame dos preços dos livros diante do seu filho. "O livro precisa ser valorizado", diz ela.


Leia em Educar dicas para transformar o seu filho em fase de alfabetização em um pequeno grande leitor.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Produção de texto na escola e na vida

Confirmando boa parte do que discutimos neste blog e em sala de aula, esse vídeo do professor William R CerejaDoutorado em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem, da divulgação de seu livro didático para Atual Editora, é bem elucidativo.

Fala de forma simples e clara o quê e como deveria ser a produção de texto na escola: interligada à vida. Não uma produção vazia e num amontoado de frases sem sentido, onde o aluno mostraria que sabe escrever. Mas de uma forma aplicada, coerente, material.

Se é necessário escrever cartas, façamos um projeto e direcionemos essas cartas à Direção da escola, a outra turma. Abaixo assinado? vamos, aprendendo a escrever um abaixo assinado, pedir a Associação de Bairros que providencie um quebra molas na porta da escola. E assim por diante.

Aplicando a produção de texto com a realidade do aluno teremos com certeza um cidadão preparado para a sociedade, além, é óbvio, de um bom escritor.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Algumas conclusões...

COESÃO E COERÊNCIA
 Por Jenail Luciana


              Muitos estudantes se atormentam com a coesão e a coerência. Mas, para ser mais preciso é necessário defini-las, pois ajudaria na compreensão dos discentes para elaborar um bom texto. Quando se fala de texto, fala-se de unidade a qual tem relação com coerência e coesão.
             Uma definição de coerência seria unidade de sentido; e coesão, "amarrar" as idéias. Já que a primeira depende da ordenação das idéias; ou seja, do plano do texto e o tema proposto; também dos argumentos, é dizer, da clareza. Clareza consiste em ler o texto, e compreender como está organizada a produção escrita. Quando ele vai redigir, deve planejar as idéias e a intenção comunicativa; portanto, ser claro é como  ver os peixes no fundo do mar.

              Então, ser claro é ser coerente com a ordem das palavras e vocábulos, e dizer, não se contradizer, não confundir o leitor; ou seja, não pôr enunciados desconexos. Então, para escrever sobre coerência, o discente deve estar atento que não haja duas  interpretações, se as informações não harmonizam umas com as outras, o texto é incoerente.
              Quando não se organizam as ideias e as palavras adequadas para o texto, ele fica confusa. Para o texto ser coerente, é necessário que haja uma ligação significativa entre diversas partes; portanto, tudo tem que se escrever logicamente. Então, as classes de palavras, como os substantivos e os verbos devem unidos não apenas para somar ideias, mas também para ter base para que haja sentido no texto.
                 A segunda explicação é sobre coesão. Mas, como "amarrar" as idéias no texto, através das ligações entre frases e parágrafos? Segundo Garcez (2001, p, 115), "quando os mecanismos de coesão textual não são bem utilizados, seja dentro do período, seja entre os períodos ou parágrafos, o texto se prejudica". Esses tecidos ajudam a ter relação na hora de dar significado ao ato de escrever. É complicado relacionar todos os problemas de coesão. Agora, para entender a coesão em profundidade:  
                 A coesão, no entanto, não é só esse processo de olhar constantemente para trás. É também o de olhar para adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte. Se minha frase inicial for: João tinha um grande desejo, estou criando um movimento para adiante. Só vamos saber de que desejo se trata na próxima frase: Ele queria ser médico. O importante é cada enunciado estabelecer relações estreitas com os outros a fim de tornar sólida a estrutura do texto. Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Além da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente.
                  Ou seja,  para fazer qualquer texto, deve-se estar atento à coesão e à coerência. A turma tem que saber como ligar a frase seguinte à anterior, ou seja, não perder o fio do pensamento; e ainda, na frase não ter duplo sentido; para não ter incoerência.
                   O texto também deve possuir uma propriedade básica que é constituir uma unidade semântica. A ocorrência lingüística, para ser texto, tem que ser recebida pelo receptor como um todo significativo. A coerência é o responsável pelo sentido do texto, seus constituintes lingüísticos devem estar integrados e que faça o texto se mostre coeso.
Como podemos perceber, a coesão e a coerência devem estar presentes no corpo todo do texto, para que ele faça sentido, estabeleça relações entre as idéias que o escritor quer passar e seja compreendido pelo leitor. A falta de um desses elementos faz com que o texto perca o sentido e se apresente de forma contraditória. Causado pela incoerência do uso dos elementos de coesão textual.

Referências Bibliográficas:
Site: www.mailxmail.com (acesso dia 17/06/2011)
  • Costa Val, Maria da Graças. Redação e Textualidade/ Maria da Graças Val.- São Paulo: Martins Fontes,1994.- (texto e linguagem).

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mágramática

Composição : Fernando Anitelli





Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
Todo verbo é livre para ser direto ou indireto
Nenhum predicado será prejudicado
Nem tampouco a frase, nem a crase
Nem a vírgula e ponto final
Afinal, a má gramática da vida
Nos põe entre pausas
Entre vírgulas
E estar entre vírgulas
Pode ser aposto
E eu aposto o oposto
Que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples
Um sujeito e sua visão
Sua pressa e sua prece
Que enxerguemos o fato
De termos acessórios para a nossa oração
Adjuntos ou separados
Nominais ou não
Façamos parte do contexto
Sejamos todas as capas de edição especial
Mas, porém, contudo, todavia, não obstante
Sejamos também a contracapa
Porque ser a capa e ser contracapa
É a beleza da contradição
É negar a si mesmo
E negar-se a si mesmo
É muitas vezes encontrar-se com Deus
Com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse momento em que cada um se encontra agora
Um possa se encontrar no outro
E o outro no um
Até por que
Tem horas que a gente se pergunta...
Porque é que não se junta tudo numa coisa só?




Por Daniele R MAciel

domingo, 19 de junho de 2011

PaLaVRa

(Teatro Mágico)



Composição : Fernando Anitelli
Palavra, tenho que escolher a mais bonita,
Para poder dizer coisas do coração.
Dar a letra de quem lê.
Toda palavra escrita ou rabiscada,
No joelho, guardanapo ou chão.
Ponto, pula linha, travessão.
E a palavra vem.
Pequena, querendo se esconder no silêncio,
Querendo se fazer de oração.
Baixinha, como a altura da intenção e na insegurança.
Vírgula, parênteses, exclamação.
Ponto, pula linha, travessão.
E a palavra vem...
Vem sozinha,
Que a minha frase invento pra te convencer.
Vem sozinha,
Se o texto é curto aumento pra te convencer.
Palavra, simples como qualquer palavra
Que eu já não precise falar
Simples como qualquer palavra,
Que de algum modo eu pude mostrar.
Simples como qualquer palavra,
Como qualquer palavra...



O TEATRO MÁGICO 
Saiba mais sobre o grupo acessando  http://oteatromagico.mus.br/wordpress/




Por Daniele R Maciel

Alguns Trabalhos...

Postaremos a seguir, alguns trabalhos sobre produção de Texto apresentados ao CEALE.

A lenda do_gachorro_-_oficina_de_leitura (1)
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Historia da amor
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domingo, 12 de junho de 2011

As muitas leituras....

Na apresentação deste blog em sala de aula, justificava a escolha de nossa imagem à professora, dizendo que apesar das várias hipóteses formuladas jamais poderíamos afirmar com certeza o que ocorrera levando o artista Pré-Histórico  a registrar seu cotidiano.
Amante da leitura e tendo em casa vários exemplares, diversos títulos e tipos de textos, achei essa estória do Maurício de Souza, publicada no número 11 do "Almanaque da Turma da Mônica" de Setembro de 2008,  que ilustra bem isso.
Narra a interpretação do personagem de algumas pinturas pré-históricas. É uma história hipotética, como no próprio decorrer é apontado (..."homem e tiranossauro não viveram na mesma época...") mas ilustra o que mencionei.


(caso tenha dificuldade em visualizar, clique na imagem para  amplia-la)



Então, serve-nos de exemplo para nossas salas de aula: a interpretação das imagens pelos alunos, sejam crianças ou não, nem sempre será a mesma que a nossa. Ou mesmo, a esperada.
Ao professor cabe a delicadeza de ler nas entrelinhas do texto as possíveis interpretações e estar aberto a outras. Pois como nos diz Paulo Freire 
"Ninguém educa ninguém,
 ninguém educa a si mesmo,
 os homens se educam entre si, 
mediatizados pelo mundo."




quarta-feira, 8 de junho de 2011

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Produção de texto

Produção de Texto



Sabemos que expressar verbalmente através de produções textuais é uma das dificuldades que acomete a maioria dos estudantes, diante dessa realidade, vamos tentar entender porque muito aluno vê a produção textual como um obstáculo na sua vida escolar.
O conhecimento do sistema alfabético não é um pré-requisito para a elaboração de um texto. Definir o conteúdo que será escrito, adequá-lo a um propósito comunicativo e organizar as ideias são comportamentos escritores que não dependem da representação gráfica das palavras e que as crianças devem praticar desde a pré-escola. Uma das maneiras de trabalhar esses conteúdos é o ditado que os alunos fazem para o professor, o que torna possível às crianças se perceberem capazes de escrever antes de estar alfabetizadas.
  Todo mundo já ouviu a noção de que, para escrever bem, é preciso ler bem. À primeira vista, parece um princípio básico e indiscutível do ensino da Língua Portuguesa. Tanto que a opção de nove entre dez professores tem sido propor aos alunos a tarefa. Ler muito, ler de tudo, na esperança de que os textos automaticamente melhorem de qualidade. E, muitas vezes, a garotada de fato devora página atrás de página, mas a tal evolução simplesmente não aparece. Por que será?
Antes de tudo, ninguém aqui vai defender que não se deva dar livros às crianças. A leitura diária é, sim, uma necessidade para o letramento. Mas ler para escrever bem exige outra pergunta: de qual leitura estamos falando? Para fazer avançar a escrita, a prática não pode ser um ato descompromissado, sem foco. Pelo contrário: exige intenção e um encadeamento bem definido de atividades, que tenham como principal objetivo mostrar como redigir textos específicos. 

"A leitura para escrever é um momento especial, que coloca os estudantes numa posição de leitor diferente da que usualmente ocupam. Afinal, a tarefa deles será encontrar aspectos do texto que auxiliem a resolver seus próprios problemas de escrita".
Cada tipo de texto tem uma forma específica de dizer determinadas coisas. "Era uma vez", por exemplo, é certamente a forma mais tradicional de dar início a um conto de fadas (note que ela não seria adequada para uma composição informativa ou instrucional). Além de colaborar para que a turma identifique essas construções, a leitura de contos clássicos pode municiá-la de alternativas para fugir do lugar-comum. O Príncipe-Rã ou Henrique de Ferro, na versão dos Irmãos Grimm, começa assim: "Num tempo que já se foi, quando ainda aconteciam encantamentos, viveu um rei que tinha uma porção de filhas, todas lindas”. Trazendo elementos importantes para a compreensão da trama, a explicitação de intenções e estados mentais ajuda a construir as imagens de cada um dos personagens, aproximando-os ou afastando-os do leitor. Em O Soldadinho de Chumbo, Hans Christian Andersen desvela em poucas linhas os traços da personalidade tímida, amorosa e respeitosa do protagonista: 
"O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais apaixonado: ela olhou para ele, mas não trocaram palavra alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se feliz apenas por estar novamente perto dela e poder contemplá-la".
É possível controlar a velocidade da história usando expressões que indiquem a intensidade da passagem do tempo ("vagarosamente", "após longa espera", "de repente", "num estalo" etc.). Outros recursos mais sofisticados são recorrer a flashbacks ou divagações dos personagens (para retardar a história) ou enfileirar uma ação atrás da outra (para acelerar). Charles Perrault combina construções temporais e encadeamento de fatos para gerar um clima agitado e tenso neste trecho de Chapeuzinho Vermelho: "O lobo lançou-se sobre a boa mulher e a devorou num segundo, pois fazia mais de três dias que não comia. Em seguida, fechou a porta e se deitou na cama".

Portanto, apesar de não saber produzir textos de vários gêneros e nem ter a leitura como prática cotidiana é possível ensinar aos alunos a escrever bons textos.
Revisar o próprio texto é parte fundamental do processo de escrita. estimular esse hábito e garantir os instrumentos necessários para que cada um assuma a responsabilidade pela tarefa. O segredo é ensinar algumas operações básicas de revisão, como cortar palavras ou trechos excessivos, substituir expressões vagas ou inadequadas, acrescentar elementos para tornar pensamentos mais claros, inverter termos ou sequências para conferir maior expressividade ou organizar mais claramente as ideias.
A produção de texto deve ser inserida desde os primeiros anos da vida escolar da criança, para que essa atividade contemple o domínio das características formais da escrita nos diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade. Será necessário trabalhar com textos que tenham alguma função social de uso e sentido ás praticas da escrita na sala de aula, essas são algumas das ferramentas que o professor deve utilizar para quebrar as barreiras que os alunos encontram na hora de produzir um texto.










Bibliografia:

·        Teberosky, Ana. Aprendendo a Escrever.
·        Batista, Antônio Augusto Gomes. Planejamento da Alfabetização: Capacidades e atividades. Antônio Augusto Batista Gomes, ET al. Belo Horizonte: Ceale, 2006. (Coleção Instrumentos da Alfabetização; 6).




Escrito por Jenail Luciana




domingo, 22 de maio de 2011

Em terra de surdos mudos (um estudo sobre as condições de produção de textos escolares)


De fácil leitura e entendimento o autor procura trabalhar neste artigo, publicado originalmente em Trabalhos em lingüística aplicada, 2, 1983 e integrado posteriormente ao livro às interpretações dadas por diversos contextos à produção de texto.
O autor inicia este trabalho citando as errôneas interpretações dadas a redação nas escolas. O conceito equivocado, o sentimento de repulsa dos alunos e a análise crítica e impiedosa dos professores fazem parte desta primeira parte, que o autor conclui debatendo algumas críticas à produção de texto escolar.  
 Cita ainda que se inclui no grupo de quem se preocupa “mais com as causas e as razões do que com a condenação pura e simples do estudante” (p.117) que não sabe escrever bem. Acredita que “a questão que se coloca é descobrir os porquês e os dondes decorrem essas inadequações e o que ela revelam.” (p.118) Essas concepções do autor são baseadas em Claudia Lemos (1977) que através da “estratégia de preenchimento” procurou explicar os problemas de redação colocando-o numa visão funcional e discursiva; e, Alcir Pécora (1980) que levantou questões inéditas e instigadoras sobre o problema.

A escola: o grande interlocutor


Neste trecho o autor esclarece que a linguagem possui um caráter próprio interlocutivo, e que a próprio monólogo é a interlocução consigo mesmo, “um diálogo interiorizado” (p.118).
E como tal, na linguagem escrita pode-se perceber o interlocutor, ou os vários interlocutores a quem são dirigidas: ao definido, como numa carta; ao genérico como num jornal; ou virtual como na ficção literária. E é ele quem vai determinar o curso do texto.
Aí reside um dos problemas da redação escolar: o aluno escreve para o professor, como o professor deve desejar... Não explora o que ele, aluno, deseja, mas o que o professor vai lhe conceituar bem. Escreve com palavras que não usa cotidianamente, de forma descontextualizada de seu universo. Consequentemente erra ao não saber conectá-lo a sua frase, danificando o sentido da estória.
Britto afirma ainda que a figura do professor não funcione como peça neutra, mas o aluno haverá de, através da fusão de várias imagens, inclui-lo na imagem final de seu processo de aprendizagem.

A construção da imagem de língua: o formalismo aparente


Neste momento Britto explica o conceito de Claudia Lemos (1977, p.62) citado por ele logo no inicio deste texto. Estratégia de preenchimento, segundo a autora, para “o vestibulando, em geral, operaria com um modelo formal preexistente à sua reflexão sobre o tema. Ou melhor, que a organização sintático-semântica de sua discussão não representaria o produto de sua reflexão sobre o tema, mas, ao contrário, de um arcabouço ou um esquema, preenchido com fragmentos de reflexões ou evocações desarticuladas.” (p.121) Ou seja, esse estudante apenas moldaria o tema proposto para redação ao modelo já antes utilizado. Nesse processo, muitas vezes, o estudante por não ter o hábito de utilizar tais palavras cometeria erros de flexões de verbo, inversões sintáticas, substituição sistemática de palavras, etc. Seria como se o estudante tivesse a necessidade de preencher o espaço designado a redação com palavras “cultas”.
O professor e autor Britto relata algumas experiências em que pode constatar a teoria da autora. E uma frase sintetiza essa experiência “é a própria imagem que o estudante cria de seu interlocutor (a escola, o professor) que determina a criação da imagem de língua e, consequentemente, define os procedimentos lingüísticos utilizáveis.”(p.123)
Mostrando que sabe, o aluno se anula, nega sua capacidade lingüística oral e cria imagem de língua a partir das relações sociais em que o aluno identifique marcas de autoridade, padrão culto, etc.

As marcas da oralidade


                  Apesar de muitos acharem que escrever é a representação da fala, Gnerre(1978) acredita que nunca será a mesma coisa. De acordo com esse autor, “a escrita é o resultado histórico indireto de oposição entre grupos sociais que eram e são ‘usuários’ de uma certa variedade.” Da mesma forma, Osakabe (1982) defende que “do ponto de vista de sua aprendizagem, a língua escrita e a língua oral apresentam dificuldades de natureza distinta.” (p.123)
O autor acrescenta a estas concepções, a idéia que 'o processo de construção da redação é uma disputa (não uma integração) constante entre competência lingüística do estudante (basicamente oral, não-formal e descolarizada) e a imagem de língua escrita que cria a partir da imagem do interlocutor e de interlocuções privilegiadas.” (p.125)

Exercício de linguagem X exercício escolar

                        
De acordo com o autor, o aluno que encara um papel em branco para escrever, mesmo que seja de “dizer por dizer” não espera que vá discutir suas idéias. Ele sabe que o faz para ser aprovado, e o molda em favor de quem o vai analisar.  Nesse contexto, suas palavras serão as idéias da autoridade e as palavras terão um papel artificial, muitas vezes sem conexão com o universo do escritor-aluno. Afastando assim, de forma irrefutável o lúdico da prova de redação. Isso se verifica em qualquer estágio escolar, inclusive no vestibular.
O caráter artificial desta situação dominará todo o processo de produção de redação, sendo fator determinante de seu resultado final.” (p.126)


           O texto na sala de aula, org. João Wanderley Geraldi - 2002 - Editora Atica          

terça-feira, 17 de maio de 2011

A nossa imagem...


Dentro de nossa proposta de trabalho, nos foi solicitado pela professora Dra. Célia Abicalil que mostrassemos uma imagem que nos remetesse ao tema PRODUÇÃO DE TEXTO.
Pois bem, tendo em mente que não era uma mera ilustração, sugiro uma pintura rupestre. A retratada nesta foto é brasileira da cidade de Carnaúbas de Dantas - RN. Especificamente, trata-se da cena de um ritual.
Analisando o desenho e tantas outras fotos de desenhos semelhantes, posso dizer sem medo de errar que é uma história ágrafa, um texto visual, que há centenas de anos nossos ancestrais escreveram. Geralmente nessas pinturas são retratadas fauna, caçadas, rituais.
O cotidiano pré histórico está ali representado.
É a primeira produção textual a que temos acesso. Trata-se de uma página de história, que com certeza foi contada e recontada verbalmente até que se perdeu. Mas os desenhos não.
De acordo com "O arte-educador e pesquisador norte-americano Elliot Eisner escreveu que o ensino se torna mais abrangente quando utiliza representações visuais, pois elas permitem a aprendizagem de tudo o que os textos escritos não conseguem revelar.”[1]



quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Leitura- estudo do Texto

A leitura- estudo do texto (João Wanderley Geraldi).















     



      O autor fala que é preciso reconhecer que a leitura e o estudo do texto são comumente praticados em outras disciplinas e não nas aulas de língua portuguesa, esta que deveria desenvolver as variadas formas de interlocução leitor/ texto/autor. 
Um roteiro que pode ser útil no estudo do texto é especificar:
·                   A tese defendida no texto;
·                   Os argumentos apresentados em favor da tese defendida;
·                   Os contra- argumentos em teses contrárias;
·                   Coerência entre tese e argumentos.
 Vejamos um exemplo:

·       Tese:
A baixa produtividade da economia brasileira é a causa, a raiz da inflação;
·       Argumentos:
- No Brasil, apenas dois terços dos dias do ano são dedicados á produção;
- pouco mais de um terço da população brasileira trabalha;
- o custo do trabalho efetivo de sete meses equivale a dezessete salários mensais.
·        Contra- argumentos: Não se discute outros fatores que causam a inflação.
·      Coerência entre tese/ argumentos: O texto é viciado pela incoerência entre argumentos e a tese. Se fossem verdadeiros os argumentos, a baixa produtividade não decorre dos fatos apresentados como argumentos. Ao contrário, produtividade maior é aquele que se obtém com o mínimo de esforço (de tempo e pessoas), com o máximo de resultados (renda). A tese em princípio aceitável não se segue dos argumentos dados.




Os elementos coesivos não servem só para ligar, vejamos um exemplo que caiu na prova da Unicamp:
Dois adesivos foram colados no vidro traseiro de um carro:
Em cima: Deus é fiel
Em baixo: Porque para Deus nada é impossível
É possível ler os dois adesivos em sequência, constituindo um único período. Nesse caso,
a) o que se estaria afirmando sobre fidelidade?
b) o que o dono do carro estaria querendo afirmar sobre si mesmo?

Agora que você já refletiu sobre o sentido e tentou responder, veja a reposta esperada pela banca:
a)    estar-se- ia afirmando que a fidelidade é uma coisa impossível de se seguir.
b)   O dono esta querendo afirmar que ele é infiel tendo em vista que só Deus é fiel, pois, fidelidade para o dono do carro é uma coisa impossível de se seguir.
A Unicamp, trabalhou com as relações de sentido através do elemento “porque”. O interessante também é que as respostas esperadas como corretas consideram o contexto em que o enunciado foi produzido.
Obs: O motorista do carro, portanto, pegou dois textos produzidos em contextos diferentes e os inseriu em um terceiro contexto. Isso significa que no contexto real em que os textos foram produzidos, a fidelidade não foi colocada como algo impossível para a humanidade, tal como o motorista poderia querer afirmar.




  
 Referências bibliográficas:
  • Geraldi, João Wanderley (org). O Texto na Sala de Aula. Ed. Ática. 1997



 Escrito por Jenail Luciana.